Coisas do meu porteiro:
Hoje, 11h da manhã, ele interfona:
-Bom dia, o técnico da televisão está aqui!
-Ok, pode subir, obrigado.
11h40, ele volta a interfonar, desesperado:
-Seu Alexandre, estão roubando a sua televisão! O moço que subiu pro seu apartamento está saindo com ela debaixo do braço!!!
Oi?
Mas ele já tinha dado provas de que era uma figura. Quando nos mudamos pra Argentina "esquecemos" de comentar o fato com ele. Ele percebeu a movimentação, ouviu uma coisa, outra ali, viu as malas, mas nós até estranhamos que ele não perguntou nada. Três meses depois minha mãe entra no elevador e ouve da velhinha que mora aqui do lado: Ai, que coisa triste, sua filha se mudar pra tão longe! Minha mãe retrucou que nem era tão longe, ela até ia me visitar e a senhora, muito espantada, responde: nossa, mas sua filha não foi pra China?
Argentina, China, quase igual, né? Tudo termina com "ina"....
O porteiro, ficando famoso aqui no blog
Postado por Gisele Lopes às 22:41 | Marcadores: casa terça-feira, 6 de julho de 2010Sinais do tempo (ou, Consequências de ficar tanto tempo fora)
Postado por Gisele Lopes às 10:54 | Marcadores: família, reflexões sábado, 27 de março de 2010A gente vai embora e esquece que o tempo passa pra quem ficou aqui também, acha que vai chegar e encontrar tudo no mesmo lugar. Não é bem assim...
Ontem o telefone tocou aqui em casa. Meu pequeno primo fofo e lindo.
-Oi Gi.
-Oi, meu amor, tudo bom?
-Tudo. Você me empresta sua barraca de camping? Vou acampar com meus amigos.
-Hã...empresto. (ele disse amigos? não seria pais? Resolvo confirmar discretamente...).
-Mas você vai o quê mesmo?
-Acampar com meus amigos. Empresta?
-Empresto... (estado de semi-choque!)
Dia seguinte, eu me recuperando do susto, toca o interfone.
-Senhora, seu Fulano.
-Quem?
-Seu Fulano.
-Não conheço. Ele trouxe água, é da farmácia?
-Não, é o seu Fulano que quer falar com a senhora.
-...
-Pode subir?
-Tem certeza que é pra cá?
-Tenho sim, senhora.
Ai Meu Deus, danou-se. Esclerose a essa idade, não conheço ninguém com esse nome. Olho em volta, porteiro esperando, vejo um pacote de encomenda no chão.
-Pode subir.
Seu Fulano era meu primo, fofo, tão pequenininho, até ontem conhecido como o Fulaninho, que veio buscar (sozinho!) uma encomenda pra minha mãe. Tudo bem, ele já tem namorada, é mais que adolescente e eu até já estava me acostumando a chamá-lo de Fulano. Mas "seu Fulano" foi demais pra mim!
Fico pensando quanto tempo falta pra eu ficar igual às minhas tias, apertando bochecas adolescentes e trocando o nome das crianças (?) da família. Alguma coisa me diz que nem falta muito...