A caminho de Londres (porque chegar já são outros quinhentos…)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Chegar em Londres foi uma odisséia. Da primeira vez que viemos na Europa, há 2 anos, não conseguimos visitar a cidade porque não deu tempo. Agora compramos a passagem e tudo pronto, nos lançamos na viagem. Só que o vôo mais barato saía às 6h, a gente tinha que estar no aeroporto às 4h. Mas acordar cedo era o menor dos problemas… Perrengue no. 1: a despedida do master coincidiu com a data da viagem e às 2h, enquanto fazíamos as malas e íamos para o aeroporto, estávamos totalmente bêbados. No. 2: não tem metrô a essa hora! No. 3: é proibido entrar com malas nos ônibus. De qualquer maneira nenhum vai até o aeroporto, só até uma cidade próxima. Logo, a única solução viável era o táxi. Aí vem o perrengue 4 (além do preço): não tinha táxi disponível! Era véspera de feriado e todo mundo estava saindo de férias ou das festas de fim de ano, não tinha táxi livre na cidade. E toda essa maratona foi vivida a -3 graus! Quando finalmente conseguimos implorar pra entrar com as malas num ônibus que nos deixou no Centro onde depois de muita espera conseguimos um táxi a bebedeira já tinha quase passado. Mas chegamos a tempo!

Finalmente desembarcamos em Londres!!

Não, ainda não foi dessa vez! Viajamos de Ryan Air e descemos em Stansted, a mais de uma hora de Londres. Para chegar na cidade ainda faltava encontrar um ônibus e pagar uns 20 eurinhos…




p.s. a "amiga" Ryan Air só tem aeroporto pequeno, nada de esteirinhas, é caminhando pro avião mesmo. Uma vez lá dentro, salve-se quem puder porque os bancos não são numerados, toca uma música estridente e o vôo é um feira, ali se vende de tudo: comidas a bebidas, perfumes e cosméticos "com desconto" e até raspadinhas beneficentes. E não é piada...

Hora do almoço

Enquanto escrevia esse post percebi nunca toquei no tema almoço, que de fato por aqui significa uma coisa muito diferente. Logo na 1a. semana aqui a Fundação ofereceu um almoço pros bolsistas. Fomos todos arrumadinhos e famintos, educadinhos, nem atacamos os canapés. Aí logo depois comecei a perceber que o salão estava esvaziando e fui perguntar onde seria o almoço. Doce ilusão, o almoço era aquilo. Uma alma caridosa me explicou que aqui um almoço é um coquetel, o almoço como a gente conhece eles chamam de comida. Ooops...

Então vamos falar da comida, que aqui se divide em várias etapas: pratos 1 e 2, salada e pão. Sempre. Ah, e a parte mais interessante (que nesse caso específico não é a comida, mas o que vem depois): a siesta. Uma coisa é ouvir falar dela, outra é querer ir ao banco, ao mercado, a um bar ou a qualquer outra coisa às 15h e estar TUDO fechado. Horário de almoço (regular) aqui é de 14h às 16h. Mas o comércio vai reabrindo assim aos pouquinhos, como quem vai acordando, espreguiçando daquela dormidinha da tarde mesmo, e algumas lojas podem abrir às 16h30, ou às 17h, ou quem sabe se reabrem, né...

Mas deixando de ser hipócrita, tirando o tempinho que demora pra acostumar (e pra passar a culpa de dormir às 15h em pleno dia de semana) o resto é uma delícia...

Ai, mas essa dissertação sobre almoço foi só pra dizer que o almoço daquela tarde foi diferente de todos os almoços de finais de ano que eu já tinha visto até então. Primeiro porque começou às 17h, pós siesta. Depois porque em momento nenhum teve comida, só tapas. Terceiro porque foi interminável, ao melhor estilo madrilenho, a gente comia e bebia, era expulso do lugar, procurava outro aberto onde coubesse todo mundo, recomeçava a bebicomilança e por assim foi até a hora em que tivemos que parar pra fazer as malas pra viagem de fim de ano...

O “fim” do curso

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Pois é, acabou a primeira parte do Master, a teórica. Depois de 3 meses estudando 12 horas por dia vai ser difícil ficar longe do resto da turma e voltar a uma rotinha de trabalho. A semana final foi marcada pela direção de espetáculos musicais e contou com a participação especial do aluno 24 (aquele que não existe mas está sempre lá). O Alê, que oficialmente não faz parte da turma, acabou sendo requisitado para “colaborar” nos trabalhos…

E a despedida foi em grande estilo, com direito a bufê de tapas e bebida liberada. Difícil foi arrumar as malas pra viagem depois…



















Delícia espanhola: sépias a la plancha. É uma espécie de lula pequena, não sei se tem no Brasil. Aqui tem por todo lado, eles jogam na chapa e servem com limão e maionese.























Alê entre a cerveja e o tinto de verano, uma mistura de vinho tinto com gelo, laranja e açúcar. O tinto de verano lembra um pouco a sangria e eles adoram, mas assim como a clara pra mim tá na lista das bebidas descartadas, porque a mistura é tosca.
























Os chupitos, como um licor, que fecham as refeições (ou abrem, também servem como aperitivo). O de café e o de chocolate (que eu acho que tem amendoim) são imbatíveis, embora já tenham me dito que o de ervas também é delicioso.




















Os "Vascos"



Mauí posando pro blog com a cervejinha na mão...

OBS

Me traí nesse post e acabei esquecendo de falar do assunto principal (ao menos para o blog!): a comida. Deixo as fotos do banquete, regado a jamón, camarão e queijo, claro.



















Essa complicada arquitetura em forma de pavão (nada é simples como uma mesinha de frios, p. ex., tudo tem formatos, cores, etc) é feita de kani e uma espécie canapé de presunto com uma massa de camarões e frutos do mar, agrupados com uma gelatina incolor. À primeira vista parece muito estranho, mas se um dia eu conseguir reproduzir no Brasil dá pra mostrar que é beeem gostoso.




















O Alê aproveitando o bufê...





E a melhor parte da festa, pra mim.

França, porque a gente não consegue ficar muito tempo sem festa de primo…

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Fizemos uma pequena viagem a Marselha para encontramos o Marcelo e a Sylvia, que nos levaram ao Gueugnon (uma cidade na Borgonha) para a festa surpresa do João. Sério, quando eu crescer quero ser assim… Porque eles começaram a comer e a beber ainda nos preparativos da festa (o que era mais ou menos 17h) e às 5h, quando eu pedi arrego e fui pra casa, eles continuavam bebendo, comendo e dançando. A festa durou mais de 12 horas e quando eu acordei eles já estavam preparando o “enterro dos ossos”. E bebendo, claro. E eu nem cheguei a dormir 6 horas… Bom, mas voltando ao principal, a festa foi linda, emocionou, todo mundo se divertiu e o Tio Zé foi a ausência mais sentida da noite.



















Os meninos



















Primas fofas



















O brinde, antes da festa



















Com o aniversariante

País Basco

domingo, 11 de janeiro de 2009

Aproveitamos o feriado prolongado de dezembro pra conhecer o País Basco. Uma semana antes da gente viajar teve um atentado ao AVE, fazendo a gente lembrar que na Espanha tem terrorismo. Mas, como bons cariocas que somos, não temos o hábito de deixar de fazer as coisas por causa da violência. Mas claro que na nossa decisão também pesou o fato do País Basco ter a fama do lugar onde melhor se come na Espanha…

E a viagem foi, de fato, um tour gastronômico. Nós provamos cada pão, pintxo, doce e prato típico que encontramos pelo caminho. A melhor descoberta é que eles, como eu, adoram pães. As padarias (única palavra que aprendi em Euskera) são lindas e o cidade toda tem cheirinho de pão. Não à toa a comida típica do país é o pintxo, uma espécie de canapé gigante de uma variedade incrível de coisas. A maioria leva frutos-do-mar, a paixão espanhola (depois do jamón, claro). Não precisava muito mais que isso pra eu gostar, né?

Primeiro fomos a Bilbao, que é bem interessante, porque tem um mega contraste entre a parte nova – com o Guggenhein, as pontes modernosas, a arquitetura, o metrô - e a parte antiga – o Casco Viejo. Seria genial pra dar uma volta de bicicleta (eles emprestam por lá, é de graça), mas como já haviam nos avisado, choveu. Bilbao deve ser linda em dias ensolarados, mas pelo que me disseram isso é raridade por lá. Bom, descobrimos que uma parte da fama de boa comida de Bilbao tem um dedinho brasileiro, porque quase metade dos bares que visitamos por lá tinha alguém do Brasil.





















































Mas, “contrastes” de lado, o fato é que Bilbao é muito ofuscada por San Sebastián. Não bastava ser uma cidadezinha de praia, (e a praia é linda, lembra demais o Rio), fofa, com prédios antigos, mas ainda por cima tem um charmezinho meio francês, é super animada e a comida é óootima (é a cidade espanhola com mais restaurantes premiados com as 3 estrelas Michelan! Não que a gente tenha dinheiro pra conhecer essa parte, claro…). Bom, juntando tudo isso também fomos à falência, porque essa combinação de coisas tem um preço e é salgado…
























Os pintxos



















San Sebastián em dois momentos, a praia e a cidade (essa semana nevou por lá e essa praia ficou completamente branca!)

Atualizando (aos poucos, bem aos poucos)

Nosso pequeno amigo blog foi temporariamente abandonado por dois motivos diferentes. Um, o presente de grego. Um dia chegamos em casa felizes e contentes de viagem e nossa internet tinha ido embora. Bom, na verdade a internet não era exatamente nossa, era uma rede aberta que até então nós achávamos que era “da cidade”. Não era. Um belo dia o vizinho solidário acordou de mau-humor e aqui estamos nós sem internet.

O segundo motivo foi a completa falta de tempo. Entre cursos, trabalhos, aniversários, casamentos, comemorações de fim de ano e a nossa viagem não sobrou muito tempo pra escrever. Mas aos poucos vamos atualizando o que deixamos de registrar até aqui…

Mas antes, a surpresa da volta. Nevou em Madri, um dia inteiro, e a cidade ficou toda coberta de branco. Parece que há 20 anos não nevava desse jeito por aqui. A fotinho é da nossa rua...