Semana Cultural

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Com o Alê na terrinha em busca de pastéis de nata, me sobra tempo pra conhecer os museus e teatros de Madri. Ontem fui conhecer o Caixa-Fórum (que não é exatamente um museu, seria mais um Centro Cultural. No meu catálogo de referências cariocas entraria como o CCBB daqui). Adorei o espaço, a exposição e, claro, as "regalias" dadas pela Fundação Carolina, que oferece visita guiada, grupo fechado, uma beleza!

Depois fomos ao teatro ver um espetáculo de dança da Cia. Mayumana (pos curiosos, www.mayumana.com/). Nunca tinha ouvido falar, e confesso que não esperava muito, mas o resultado surpreendeu. Mais do que um espetáculo de dança, os caras tocam, cantam e divertem. A platéia de jornalistas madrilenhos - que enfrentou o frio de 4 graus pra estar lá - participou, batucou e saiu dançando. Adorei!!

Como grand finale, depois do grupo se despedir 5 vezes e a platéia não ir embora, o bailarino brasileiro puxou um sambão e desceu do palco. Os outros seguiram com o batuque e platéia foi atrás, até a porta do teatro, onde se formou uma batucada digna de escola de samba. Nessa hora olho pro lado e vejo uma mulata-espetáculo soltinha sambando - que sei lá pela mão de quem foi parar no meio da roda. Mas me controlei, mais um pouquinho eu ia atrás...

Sambão a parte, o espetáculo é lindo. E deu pra esquentar um pouquinho a semana, porque o frio tá de matar...

Eu odeio banco (ou Quem mandou sair por aí abrindo contas?)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Eu sempre tive medo de banco. As pessoas me sacaneavam, diziam que era ridículo, que banco era seguro, prático e etc., mas não adiantava, nem poupança eu tinha. Minha 1a. conta veio aos 21 anos, com meu 2o. emprego, porque no 1o. eu pedi pra receber em dinheiro...

Pois é, parece que eu estava prevendo...Depois de me estressar no Brasil e na Argentina, chegou a vez de conhecer o sistema bancário espanhol. A conversa descrita abaixo é real, acreditem:

- Oi, boa tarde, eu fiz compras na internet e a cobrança não veio. Eu queria pagar.
- Ah sim. A sra. seria tão amável de me dizer seu número de documento, nome da mãe, etc., etc?
Tudo confimado.
- Número da sua conta?
Digo os números do cartão, claro.
- Número D.C.?
Aí fudeu, porque eu não tenho idéia do que seja...
- É o número que a sra. encontra no livrinho que lhe foi entregue no dia em que abriu a conta. A sra. seria tão amável de voltar a chamar quando tenha esse número em mãos?

10 minutos depois, de posse do tal número, a conversa avança...

- Número D.C.?
Eu digo, orgulhosa.
- Número da conta?
Mas não é o mesmo? Não, não é, mas no santo livrinho tem tudo...
- Endereço da filial do banco onde a sra. abriu a conta?
Aí achei que era sacanagem...como é que eu vou saber? Onde é que eu acho isso? Lá vou eu buscar na internet, enquanto os minutos no telefone correm em euros...

Finalmente acaba. Aí vem essa:

Ah sim. Agora a sra. precisa de uma senha, eu vou lhe transfeir e depois a sra. volta a chamar ou vê pela internet...

De posse da senha, e depois de haver xingado muito, acesso a internet.

- coisa absurda 1: o teclado FOGE de você. Quando você digita um número o teclado foge pro outro lado da tela. E você vai atrás, clicando...

Aí ele te direciona pra coisa absurda número 2: digite os números XXX que estão no seu CONTRATO da conta.

Nessa eu desisti, ok, eles venceram, eu não quero pagar mais nada. Nem ver se eu já paguei. Porque telemarketing é igual no mundo todo, mas banco piora.

Cuenca

sábado, 25 de outubro de 2008

Hoje finalmente a gente pôde colocar em prática umas das coisas mais legais de morar aqui em Madri: descobrir as cidadezinhas aqui por perto. O destino, Cuenca (em Castilla-La Mancha), foi despretensiosamente decidido durante a pizza e o vinho de ontem, ou seja, a gente não tinha a menor idéia do que iria encontrar. O bom é que a cidade surpreendeu, porque tinha de tudo um pouco do que a gente queria ver: ruínas de castelo, cidades de pedra, canions, uma variedade de coisas interessantes. Pena que o trem também surpreendeu e sacolejou horrores nas duas horas que separam Cuenca de Madri...

Bom, como não podia deixar de ser, não dá pra conhecer a cidade sem conhecer o que se come nela, né? Entre os pratos típicos provados estão a sopa castellana (uma sopa de alho que leva pimentão, porco, pão dormido e sei lá mais o que), o ajo ariero (que é uma espécie de pasta fria de bacalhau com temperos) e o codillo, que pelo nome foi incialmente confundido com uma massa, mas que na verdade é um enorme joelho de porco, duplamente aprovado na mesa (não por mim, claro, eu passei). Pena que todos os doces são feitos com mel e servidos em porções gigantes, não dava só pra dar uma provadinha...



















Las casas colgadas



















Plaza Mayor (sempre tem uma...)
























As passagens




















A Catedral

Coisas pintorescas encontradas na cidade:

- uma sorveteria italiana com sorvetes florescentes, entre eles o sabor "pitufo"(Los Pitufos aqui são Os Smurfs), ou seja, um sorvete azul tosco com sabor "chiclete";
- senhorinhas e senhorinhos animados dançando o vira no meio da rua com a bandinha local;
- uma Ferrari (essa pro Alê, porque eu sequer vi o carro, imagina se reparei que era Ferrari...)

A Chocolateria

terça-feira, 21 de outubro de 2008


Taí um lugar que eu preferia ter conhecido depois. Queria saber quem teve a idéia de servir chocolate quente cremoso com churros...

Mas essa iguaria tem um preço. Só leva quem chegar e pedir chocolate con porras, que é o singelo nome que eles dão aos churros por aqui...

Dedé e a noite madrileña

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Visitinha frequente, Dedé apareceu por aqui pra desbravar a noite madrilenha com a gente. Ô povo que não gosta de ficar parado. Primeiro, porque tem bar pra tudo: pra comer, pra beber e pra dançar. Segundo, que mesmo assim, eles ainda vão pulando entre vários da mesma categoria. Dá nem pra embebedar, porque quando a cerveja tá subindo você já tá começando uma caminhada nova...

A coisa funciona assim: até meia-noite e pouquinho você fica pulando de bar em bar, entre os que servem comida. Deu o horário os bares fecham e aí você passa para o bar de "copas". Lá as bebidas já são mais carinhas, a música é alta, igualzinho a uma boate comum. Só que às 3h30 da manhã eles apagam a luz, desligam a música e botam todo mundo pra fora. Pro desavisado que ainda estiver no meio do drinque eles são bonzinhos e oferecem copos de plástico.

Aí vai todo mundo pra boate (é uma galera andando em bando, engraçadíssimo!), encarar as filas gigantes pra entrar às 4h. Ou seja, uma verdadeira maratona!

Bom, seguem as fotinhos, sem legendas, porque foto de bar se explica sozinha e eu não lembro do nome da metade deles mesmo...













O mesmo de sempre.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Cheguei em Madrid semana passada, ainda não tive muito tempo e dinheiro para visitar todos os pontos turísticos. Algumas coisas nessa vinda já me ensinaram: uma que brasileiro é praga e existe em todo lugar, como os chineses; a outra é que sono de fuso horário não é palhaçada de jogador de futebol. Agora uma semana depois de chegar e acertados todos os fusos posso voltar a escrever no nosso blog.


Mas quem disse que meu sono passa! Estão fazendo uma maldita obra no prédio. Todo esse barulho para colocar um elevador num prédio de quatro andares. Os caras começam no pow, pow, pow às oito em ponto e não são ingleses. Aqui a maioria dos trabalhadores da construção civil é latino americano, turco ou búlgaro. Na nossa obra além do pow, pow, pow rola um funkão. Pensei que iria me livrar, mas a rádio que esses malditos escutam (bem alto) toca funk e cumbia.

Passou a primeira semana e eu já tenho coisas pra reclamar, posso mudar de país que continuo o mesmo ranzinza de sempre.

Aqui vai uma foto da serra pelada no nosso prédio.


Día de la Hispanidad

domingo, 12 de outubro de 2008

Hoje foi o Dia de la Hispanidad, feriado aqui na Espanha. Dia do descobrimento da América, é comemorado na Argentina como Día de la Raza, na Venezuela como o "Encontro entre 2 mundos"e por aí vai. Aqui organizaram uma feira Iberoamericana, que deveria reunir comidas típicas de vários países da América Latina na Plaza Mayor. Fui dormir com água na boca pro evento, mas choveu e ele foi cancelado...

Bom, aí acabamos descobrindo uma outra Feira, mas de comidas típicas da Espanha, na Plaza Sant'Ana. Provamos os queijos, as empanadas, tortas, os "pinchos" e "tostas" e a Sidra andaluz.

Diz a tradição que a sidra tem que ser servida do alto, com o copo de lado. A intenção é fazer o máximo de espuma possível. O Alê se saiu tão bem na tarefa que foi confundido com um espanhol (lógico que o nariz ajuda também...), teve até tursita comentando...

Legendas:

1. As empanadas galegas
2. A feira
3. Alê servindo a sidra
4. Os roommates, Guilherme e Clarissa, e Jaline










Festinha

Nem só de estudos vive a galera do Master. Depois de passar 12 horas juntos, 5 vezes por semana, o pessoal achou que não era suficiente e organizou uma festinha ontem à noite. Chegamos uma hora atrasados, como bons cariocas, e fomos recebidos na casa com a Marcha Nupcial. Explico: as pessoas aqui na Espanha (imagino que isso só valha pras grandes cidades) vivem o fenômeno "mileurista", ou seja, os recém-formados ganham em média 1000 euros (quando trabalham, porque muitos ficam como estagiário ou com contratos temporários). A maioria deles vive com os pais, ou divide apartamento com 450 pessoas e vão casar sei lá quando, super tarde. Por isso eles estranharam muito, mas muito mesmo, que eu fosse casada aos 26 anos. Só estranharam mais quando eu disse que já era casada há três anos...

Bom, voltando à festinha, descobrimos que a bebida típica dessas reunioezinhas é a caipirinha. A versão espanhola é feita com lima (o limão daqui), rum e açúcar mascavo e é servida como ponche, num baldinho com a concha. Embebda quase igual...

Legendas das fotinhos:

1. A turma quase completa
2. A caiprinha
3. Alê se integrando com a galera
4. Dos 25 alunos, 20 são mulheres...
5. As "americanas"













Novas descobertas

domingo, 5 de outubro de 2008

Ontem Clarissa e Guilherme, meus companheiros de apê, me levaram pra conhecer um pouquinho da noite madrileña. Começamos por um barzinho perto da Plaza Mayor - que fica absolutamete lotada à noite -, chamado El Rey del Pimiento. O pimiento é uma iguaria meio tradicional por aqui, e de fato não sei explicar bem do que se trata, parece uma mistura de pimentão com quiabo (muitos discordam da parte do quiabo), um pouco picante. Eles preparam frito com sal e comem com pão, o resultado é esse aí embaixo. Bem interessante.










































Outro experimento da noite foi a clara, dica da amiga argentina Delph, que na verdade é uma cerveja batizada com água saborizada ou limão. Provei com a água saborizada, mas o gosto doce no fim da cerveja é de matar. Em algum momento, bem mais pra frente, talvez eu dê uma chance pra de limão, mas só depois que essa primeira experiência estiver esquecida. Até lá, fico com a caña.

Ontem também foi dia de descobrir o mercado, que é sempre uma boa fonte de informação sobre os costumes locais. Descobri que molho de tomate aqui se chama "tomates fritos" (o castellano da Argentina não ajudou muito nessa hora), que quase tudo pode ser comprado pronto e os frutos do mar são bem baratos.

Fora isso, muitos tipos diferentes de jamón, o que era de se esperar, mas ainda assim surpreende a quantidade de tipos, origens e classificações que podem existir (jamón de macho e de fêmea?). E muitos tipos de queijos, uma variedade imensa. Enlouqueci, óbvio, e quis trazer tudo, mas a empolgação durou só até eu lembrar que teria que carregar as compras depois, porque aqui não vai ter a mordomia de mandar entregar em casa por 3 pesinhos...

As primeiras fotinhos...

sábado, 4 de outubro de 2008

E não é que eu tinha trazido o cabo das fotos? Seguem as primeiras fotinhos, bem modestas, porque quem estuda de 9h às 21h não tem muito tempo de passear pela cidade...

Legendas, na ordem (porque tá impossível de diagramar pelo blogspot):

1. Plaza Cibeles (com o prédio das Comunicações no fundo)
2. Dentro do Parque do Retiro
3. Na Plaza Mayor
4. Plaza Colón
5. Marina me levou por um pequeno tour e me apresentou esse barzinho fofo numa das ruazinhas do Centro, onde eu conheci a "caña" e os "montaditos"(uns sanduichinhos) de salmão defumado com filadélfia...










Em Madri, em casa!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Depois de quase 1 mês errando entre BsAs, Rio e Madri, dormindo em casas de amigos e parentes, sofás e colchonetes, finalmente estou instalada numa casinha que posso chamar de minha (embora outras 3 pessoas também possam), com cama e internet pra poder atualizar o blog e voltar a uma vidinha normal.

Um ano e 1 mês depois de começarmos a aventura portenha, nos despedimos de Buenos Aires. Voltei em vários dos lugares que marcaram minha vidinha na Argentina e conheci alguns que faltavam. Bom, ficou faltando o Sucre, que mais de 10 pessoas recomendaram, assim com o restaurante do Faena e o Casa Cruz, mas confesso que tive um pouco de preguiça dos restaurantes turistões. Fiquei com a "bodega" no fundos de Palermo Viejo - sem nome e com a maior almôndega que eu já vi - os choripans da esquina, o Vicente, o Coghlan nosso de todo dia (com a melhor garçonete de BsAs), o Downtown Matias e as muitas empanadas. E como ninguém é de ferro, na última noite me despedi da Parolaccia conhecendo a última que faltava da rede, a da Recoleta. E nenhuma decepcionou!

Bom, despedidas de lado, de BsAs ficam as lembranças dos cafés, das medialunas de manhã no trabalho, dos vinhos, das carnes, das massas, dos alfajores, do Bairro Chino, da Cabildo e, acima de tudo, dos amigos que ficaram. Ou seja, só lembranças boas, o que me enche de motivos pra voltar, e de vontade de conhecer outras coisas por aí.

E nisso chegamos em Madri, pelos próximos 9 meses, que eu espero que passem entre muitas aulas, muitas "cañas" e muitas "tapas". As fotos aguardam ansiosamente na máquina pela chegada do Alê com o cabo para baixar...