A pessoa vai pro Recife a trabalho. Chegando lá, descobre que sua reserva de hotel é em Jaboatão dos Guararapes. Descobre que, além de longe, o hotel está caindo aos pedaços. Descobre que Recife tem o trânsito pior que o de São Paulo (sério, uma hora e meia pra atravessar 16 km?). Descobre que o trabalho é do outro lado da cidade. Descobre que a praia em frente ao hotel é perigosa até de tarde (por perigosa entenda-se ataque de tubarão + assaltos). E, ainda assim, mantém o bom humor.
Um belo dia, depois de 11h de trabalho, ela chega no hotel louca por um banho. Liga a água quente, lava os cabelos e... percebe que esqueceu o pente. Aí tenta abrir o box. Tenta de novo. E de novo. E fica horas tentando. Exausta, começa a gritar. Ninguém escuta. Grita mais, chama pelo colega de trabalho que está no quarto ao lado. Nada. Chora. E finalmente escuta uma alma boa, ao fundo, dizendo "espera um pouco que eu vou avisar na recepção".
Pausa para a longa espera.
Aí quando chega a chave ela percebe que o trinco da porta está fechado. Desespero. Surge uma mão com uma chave de fenda pra desmontar o trinco. Nessa altura, já são várias pessoas aglomeradas na porta. Não conseguem, vão chamar os bombeiros. E aí ela percebe que, se tudo correr bem, com sorte (oi, sorte?) em algumas horas aquelas pessoas vão conseguir entrar no quarto e abrir a porta do box. Só nesse momento ela se dá conta de que está nua. E aí acaba a preocupação com o box quebrar em caquinhos, e acaba também a história, com a louca histérica (e finalmente livre) de toalha no corredor do hotel berrando pelo gerente.
Esse post é dedicado à Dani, que, sem nenhuma conexão com a pessoa em questão, saiu de sua cama quente quando ouviu o choro e veio ajudar. Nesse meio tempo a porta do quarto em que estava bateu e ela ficou de baby doll no corredor. Sem esmorecer no intuito de ajudar o próximo, ela desceu até a recepção nesses trajes e, só depois de pedir ajuda, lembrou de que ela também precisava de ajuda (no caso uma chave, ou uma roupa). Alma boa que faz o mundo valer a pena.
Esse post não é dedicado ao colega do quarto ao lado, que, enquanto tudo acontecia, tomava banho calmamente com o rádio alto. E que ao ouvir as batidas desesperadas na porta se limitou a dizer "estou no banho". Obviamente, esse post também não é dedicado ao gerente do hotel, com quem nunca mais a pessoa quer encontrar. Com a certeza de que isso é recíproco.
É sério?
Postado por Gisele Lopes às 23:06 | Marcadores: hotel, odeio, perrengue quarta-feira, 8 de junho de 2011Eu adoro o Nordeste! Como se não bastasse o clima ameno (pelo menos no inverno...) e o povo simpático, ainda por cima a comida é incrível. Entre as delícias que eu levei pra vida estão a tapioca e o bolo de rolo. E os sucos de frutos exóticas, como a graviola, o umbu, o cajá e a descoberta recente em Mossoró, a cajarana.
Mas Recife não fica atrás e, em apenas dois dias, já deu pra ver que o assunto comida aqui é sério. Logo no café fui apresentada ao Bolo Souza Leão, delícia típica da região, tão característica que recebeu o título de patrimônio imaterial de Pernambuco. Mas é uma delícia-bomba: leva dezenas de gemas, além de massa de mandioca e côco. Mas vale cada pedacinho...
A tarde ainda reservava surpresas: depois dos muitos camarões, conheci duas versões pernambucanas do clássico Romeu e Julieta. Uma, bem diferente, é uma mistura de queijo coalho na brasa com mel de engenho (e um sorvetinho pra arrematar!). A segunda é essa gostosura abaixo:
Flan de queijo coalho com calda de goiaba
E eu ainda tenho 3 dias por aqui!